domingo, 15 de março de 2015

[ARTES VISUAIS] - Vanguardas Europeias - Parte 1

No início do século XX, as nações europeias compartilharam de vários problemas. Dentre estes podemos citar: a partilha da Ásia e África, enquanto Inglaterra e França se sobressaíram em virtude da conquista de grande parte do território e seus inúmeros recursos. Diante de tal fato, Alemanha e Itália tiveram que se contentar com pequenas porções e de baixo valor. Consequentemente, todo esse descontentamento desaguou tão somente em verdadeiras disputas pelo poderio econômico, que fizeram os países investirem em armamentos bélicos no caso de confrontos e, de maneira inevitável, eclodiu-se a Primeira Guerra Mundial. 

Paralelamente ligado a estes fatos, estava o grande avanço tecnológico pelo qual perpassava a burguesia industrial em decorrência das grandes inovações (luz elétrica, o automóvel, o avião, o avanço científico, dentre outros). Diante deste processo revolucionário, a Europa daquela época dominava o restante do mundo, porém, já ecoavam rumores de que a desigualdade social viria a fazer parte deste processo: de um lado, as grandes elites, do outro, a massa dos excluídos – trabalhadores insatisfeitos em decorrência das péssimas condições de trabalho a que eram submetidos. Mediante esse clima de insatisfação irrompiam-se também as greves. 

Diante de tais acontecimentos, surgiram movimentos artísticos e políticos que representaram um sentimento de oposição aos ditames impostos pela sociedade vigente. Estando à frente de seu tempo, os movimentos representados pelas vanguardas revelaram seus interesses ideológicos por meio de uma verdadeira radicalização no campo da cultura e das artes como um todo. Manifestações artísticas estas, que se materializaram pelo Futurismo, Cubismo, Dadaísmo, Expressionismo e Surrealismo que, posteriormente, deram origem ao Modernismo brasileiro. 



 Cubismo surgiu em 1907, quando o pintor espanhol Pablo Picasso (1881 -1973) expôs sua criação (representada na imagem acima) em Paris. Após este momento, outros representantes também se destacaram. Entre os quais destacamos: Fernand Léger, André de Lothe, Juan Gris e Georges Braque; e na literatura, Apollinaire e Cendras.

As manifestações que revelam a arte cubista são baseadas na:


  • decomposição da realidade em fragmentos que se entrecortam entre si.

 Tal pressuposto rompeu com os preceitos ideológicos instituídos pelo Realismo, no intento de mostrar que existem outras maneiras de perceber e interpretar o real. 

Na literatura, sua manifestação se dá por meio da realidade aparente em oposição à:


  • realidade pensada, interpretada. 

O discurso apresenta-se como desprovido de uma sequência lógica, pautado por uma desordem proposital na apresentação de seus elementos e por uma enumeração aleatória de fragmentação da realidade, na qual passado e futuro parecem se fundir. Outra característica marcante se atém à desvalorização da estrofe e, consequentemente, da pontuação, métrica e rima. 

FuturismoSeus primeiros indícios se revelam por meio do Manifesto Futurista, sob a autoria do italiano Tommaso Marinetti, publicado no jornal parisiense Le Figaro, em 22 de fevereiro de 1909. O Futurismo propunha a
  • demolição radical do passado, do academicismo condicionado às artes em geral
  • exaltava o progresso e a revolução causada pela implantação da tecnologia, valorizando a velocidade e a energia. 


Na literatura, Marinneti preconizava a capacidade imaginativa, desprovida do apego ao tradicionalismo, principalmente no que se refere à sintaxe.


Estas manifestações se destacaram por sua radicalidade, a qual proporcionou que influenciassem a arte em todo o mundo.
No Brasil não poderia ser diferente, uma vez que este era o exato momento da história em que as manifestações artísticas estavam crescendo em nosso país, e que a maioria dos artistas se espelhavam nas tendências europeias, fosse para imitar-lhes, fosse para combater-lhes.
As vanguardas europeias passaram pela Literatura Brasileira deixando sua contribuição, especialmente ao somarem com a Semana de Arte Moderna e o movimento modernista, pois juntos vieram romper com a antiga estética que até então reinava em nosso país.


    

   

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