Paralelamente ligado a estes fatos, estava o grande avanço tecnológico pelo qual perpassava a burguesia industrial em decorrência das grandes inovações (luz elétrica, o automóvel, o avião, o avanço científico, dentre outros). Diante deste processo revolucionário, a Europa daquela época dominava o restante do mundo, porém, já ecoavam rumores de que a desigualdade social viria a fazer parte deste processo: de um lado, as grandes elites, do outro, a massa dos excluídos – trabalhadores insatisfeitos em decorrência das péssimas condições de trabalho a que eram submetidos. Mediante esse clima de insatisfação irrompiam-se também as greves.
Diante de tais acontecimentos, surgiram movimentos artísticos e políticos que representaram um sentimento de oposição aos ditames impostos pela sociedade vigente. Estando à frente de seu tempo, os movimentos representados pelas vanguardas revelaram seus interesses ideológicos por meio de uma verdadeira radicalização no campo da cultura e das artes como um todo. Manifestações artísticas estas, que se materializaram pelo Futurismo, Cubismo, Dadaísmo, Expressionismo e Surrealismo que, posteriormente, deram origem ao Modernismo brasileiro.
Cubismo surgiu em 1907, quando o pintor espanhol Pablo Picasso (1881 -1973) expôs sua criação (representada na imagem acima) em Paris. Após este momento, outros representantes também se destacaram. Entre os quais destacamos: Fernand Léger, André de Lothe, Juan Gris e Georges Braque; e na literatura, Apollinaire e Cendras.
As manifestações que revelam a arte cubista são baseadas na:
- decomposição da realidade em fragmentos que se entrecortam entre si.
Tal pressuposto rompeu com os preceitos ideológicos instituídos pelo Realismo, no intento de mostrar que existem outras maneiras de perceber e interpretar o real.
Na literatura, sua manifestação se dá por meio da realidade aparente em oposição à:
- realidade pensada, interpretada.
O discurso apresenta-se como desprovido de uma sequência lógica, pautado por uma desordem proposital na apresentação de seus elementos e por uma enumeração aleatória de fragmentação da realidade, na qual passado e futuro parecem se fundir. Outra característica marcante se atém à desvalorização da estrofe e, consequentemente, da pontuação, métrica e rima.
Futurismo. Seus primeiros indícios se revelam por meio do Manifesto Futurista, sob a autoria do italiano Tommaso Marinetti, publicado no jornal parisiense Le Figaro, em 22 de fevereiro de 1909. O Futurismo propunha a
- demolição radical do passado, do academicismo condicionado às artes em geral
- exaltava o progresso e a revolução causada pela implantação da tecnologia, valorizando a velocidade e a energia.
Na literatura, Marinneti preconizava a capacidade imaginativa, desprovida do apego ao tradicionalismo, principalmente no que se refere à sintaxe.
Estas manifestações se destacaram por sua radicalidade, a qual proporcionou que influenciassem a arte em todo o mundo.
No Brasil não poderia ser diferente, uma vez que este era o exato momento da história em que as manifestações artísticas estavam crescendo em nosso país, e que a maioria dos artistas se espelhavam nas tendências europeias, fosse para imitar-lhes, fosse para combater-lhes.
As vanguardas europeias passaram pela Literatura Brasileira deixando sua contribuição, especialmente ao somarem com a Semana de Arte Moderna e o movimento modernista, pois juntos vieram romper com a antiga estética que até então reinava em nosso país.